Setembro é o mês dedicado à luta da pessoa com deficiência. Para refletir sobre a democratização do acesso aos espaços culturais, o Museu Ferroviário Estação João Felipe – espaço que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará) e é gerido em parceria com o Instituto Mirante – promove a mesa-redonda “Possibilidades de entretenimento e educação: relatos de experiência sobre a acessibilidade em museus” nesta sexta-feira (27), na Associação dos Ferroviários Aposentados do Ceará (AFAC). Gratuito e aberto ao público, o evento integra a programação da 18ª Primavera dos Museus.
O debate reúne Lígia Ribeiro (Pintando SeTEAzul) e Vinícius Scheffer (Art! em LIBRAS) e também conta com acessibilidade em Libras. Lígia Ribeiro é psicóloga com base teórica na psicanálise, pós-graduanda em Psicomotricidade e representante da Associação Pintando SeTEAzul, instituição sem fins lucrativos que busca promover inclusão, saúde e qualidade de vida para pessoas autistas e seus familiares.
Já Vinícius Scheffer é especialista em Libras pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, já trabalhou nos equipamentos Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC Dragão) e Pinacoteca do Ceará e tem experiências em ensino de arte, arte-educação, acessibilidade em museus, educação de surdos, acessibilidade em Libras e tradução e interpretação.
A mediação é Daina Leyton, educadora, consultora em acessibilidade cultural, psicóloga e mestre em filosofia da educação. Desenvolve, desde 1999, projetos culturais e educativos que celebram a diversidade e, em 2010, idealizou e instituiu a área de acessibilidade do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Integrou a comissão que elaborou o Plano Estadual de Acessibilidade Cultural da Secult Ceará. É atualmente consultora de acessibilidade do Instituto Moreira Salles (SP, RJ e MG), da Japan House São Paulo e do Instituto Mirante (CE).
A 18ª Primavera dos Museus é realizada pelo Instituto Brasileiro de Museus e segue até 29 de setembro com uma programação pautada no tema “Museus, acessibilidade e inclusão”. Além da mesa-redonda, o Museu Ferroviário realiza atividades com ações em parceria com a Associação de Cegos do Estado do Ceará (ACEC), o projeto Maré Azul e o ativista da inclusão autista, Dudu Rodrigues.
Programa Ferrovia Acessível
A acessibilidade é um dos princípios do Museu Ferroviário Estação João Felipe. Para garantir e ampliar a presença das pessoas com deficiência no espaço, o museu desenvolve o programa Ferrovia Acessível. Dentre as ações em curso, destacam-se a tradução dos textos em Libras e a audiodescrição dos conteúdos painéis e objetos que integram a exposição de longa duração “A exposição de longa duração se intitula “Nos trilhos do tempo. Histórias da Ferrovia do Ceará”, por meio de QR Codes acessados por dispositivos móveis.
Em 23 de setembro, Dia Internacional das Línguas de Sinais, o Museu Ferroviário disponibilizou gratuitamente o texto expográfico em Libras no canal do YouTube. A tradução na Língua Brasileira de Sinais foi realizada pela Art! em LIBRAS, consultoria em acessibilidade.
A sala expositiva abriga também objetos táteis como proposta didático-pedagógica, como miniaturas de trens e de peças do cenário ferroviário. Por fim, abafadores de ruído estão disponíveis para visitantes com hipersensibilidade sensorial.
SERVIÇO
“Possibilidades de entretenimento e educação: relatos de experiência sobre a acessibilidade em museus”, com Lígia Ribeiro e Vinícius Scheffer. Mediação de Daina Leyton.
Quando: sexta-feira, 27, das 14h às 16h
Onde: Associação dos Ferroviários Aposentados do Ceará, no Complexo Cultural Estação das Artes (Rua Doutor João Moreira, 540, Centro – Fortaleza, CE)
Gratuito