A terceira edição do Programa Mapeamento Afetivo chega ao fim nos dias 8 e 9 de abril em programação que celebra a resistência do Poço da Draga, em Fortaleza, com exposição, visitas mediadas, mostra de curtas e apresentações artísticas. As atividades acontecem tanto na comunidade quanto no Centro Cultural Belchior, na Praia de Iracema, e evidenciam o protagonismo dos moradores na produção artística.
O programa é realizado pela Assessoria de Políticas Afirmativas e Articulação Comunitária do Instituto Mirante, por meio do Núcleo de Pesquisa Afirmativa e Territorial (NUPAT), e já foi realizado no Moura Brasil e no Campo do América. Promovida no Poço da Draga entre setembro de 2024 e fevereiro deste ano, a terceira edição resultou em obras audiovisuais e mapas construídos por 20 jovens e adultos que participaram como bolsistas-pesquisadores.
À frente da coordenação do Mapeamento, zwanga adjoa nyack explica que a programação foi elaborada com o objetivo de mostrar o território vivido pela comunidade e provocar uma mudança do estigma historicamente direcionado à ela. “Buscamos a valorização do nosso território visibilizando a nossa diversidade cultural, gastronômica, esportiva e marítima. Aqui a resistência é de longa data e acontece de muitas formas em cada uma das dimensões citadas”, enfatiza.
Na terça-feira (8), a partir das 18h, o Centro Cultural Belchior (CCBel), equipamento da Secretaria da Cultura de Fortaleza, gerido em parceria com o Instituto Iracema, é palco do primeiro dia de evento, que inclui a abertura da exposição “O Poço que você não vê” e a performance “Obrigada por guardar a nossa memória!”, com zwanga adjoa nyack e Cristiellen Rodrigues. Além dos mapas construídos coletivamente, que evidenciam pontos marcantes para a centenária comunidade localizada à beira-mar da capital cearense, como o Pavilhão Atlântico e as escolinhas de surf, a exposição conta com textos que ressaltam as diferentes lutas dos moradores por reconhecimento e pertencimento. O encerramento da noite fica por conta da DJ Bugzinha.
Na quarta-feira (9), a programação tem início às 17h com um cortejo que parte do CCBel em direção ao Poço da Draga, onde acontece uma visita mediada ao território, mostra de curtas e uma roda de conversa. A exibição conta com três filmes elaborados pela turma do Mapeamento, que retratam histórias de uma das comunidades mais antigas de Fortaleza e de seus habitantes. O evento conta ainda com apresentação da quadrilha Estação Junina. As atividades são gratuitas e abertas ao público.
Sobre o Programa Mapeamento Afetivo
O Mapeamento Afetivo é um programa de formação, pesquisa, vivências e difusão que ocorre ao longo de cinco meses nos territórios onde estão localizados os equipamentos culturais geridos pelo Instituto Mirante. A iniciativa conduzida pela Assessoria de Políticas Afirmativas e Articulação Comunitária do Instituto Mirante busca mapear associações, lideranças comunitárias, coletivos culturais, patrimônios materiais e imateriais, além de estimular o protagonismo juvenil e valorizar os saberes das comunidades.
A terceira edição do programa, realizada no Poço da Draga, envolveu 20 participantes selecionados por edital, que receberam uma bolsa-auxílio e participaram de módulos formativos em memória, patrimônio cultural, museologia, pesquisa, gastronomia, fotografia e audiovisual realizados na Escola Porto Iracema das Artes. Anteriormente, o programa atuou junto às comunidades do Moura Brasil e Campo do América.
O II Festival Mapeamento Afetivo Poço da Draga: O Poço que você não vê é uma realização do Instituto Mirante em parceria com a Secult Ceará, a Secretaria da Cultura de Fortaleza e do Instituto Iracema e de diferentes instituições, como Biblioteca Pública Estadual do Ceará, Centro Cultural Belchior, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, Escola Porto Iracema das Artes, Hub Cultural Porto Dragão, Mercado AlimentaCE, Museu Ferroviário Estação João Felipe, Sobrado Dr. José Lourenço e Universidade Federal do Ceará.
Serviço
II Festival Mapeamento Afetivo Poço da Draga: O Poço que você não vê
8 e 9 de abril de 2025
Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre
Programação
08/04 (terça-feira)
18h – Abertura da exposição e performance “Obrigada por guardar a nossa memória!” com zwanga adjoa nyack e Cristiellen Rodrigues
19h30 – Visita guiada à exposição
20h15 – Apresentação artística: DJ Bugzinha
Local: Centro Cultural Belchior (R. dos Pacajús, 123 – Praia de Iracema, Fortaleza – CE)
09/04 (quarta-feira)
17h – Concentração na exposição no CCBelchior
17h30 – Visita mediada no território
19h – Mostra de Curtas + Roda de conversa (Calçada da Cidal)
20h15 – Apresentação artística: Estação Junina
Local: Calçada da Cidal (esquina da Rua dos Tabajaras com Avenida Almirante Tamandaré – Poço da Draga, Fortaleza – CE)