O Museu da Imagem e do Som do Ceará segue com cinco exposições abertas de terça a domingo e, além disso, realiza roda de capoeira e inicia a programação especial “Trair o CIStema: Fabulações Transcentradas”, marcando o mês da visibilidade trans, travesti e não binária. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante.
Trair o CIStema: Fabulações Transcentradas
O projeto “Trair o CIStema: Fabulações Transcentradas” tem como objetivo oferecer diversas atividades que valorizem a existência e o trabalho artístico de pessoas trans, travestis e não binárias, pensando em ações de formação e de difusão. A proposta marca o mês da Visibilidade Trans e Travesti, celebrada no dia 29/01, e foi elaborada pelas educadoras do MIS Ana Paula Braga, Aires e Lipe da Silva, contando ainda com a participação do curador convidado Joaquim Ferreira. A iniciativa é de extrema importância, já que o Brasil detém a triste marca de ser atualmente um dos países que mais mata pessoas travestis e transexuais no mundo. Ações que busquem lutar contra o preconceito e a violência são essenciais e urgentes. Confira abaixo a programação que acontece no MIS neste fim de semana. Novas atividades do projeto serão realizadas também nas próximas semanas.
Projeção de imagens com o tema “Como ocupar um lugar CIS?”
Até 22 de janeiro, estarão sendo exibidas no painel da praça do MIS diversas imagens que integram obras de autoria de 15 artistas autodeclaradas pessoas trans, travestis e não binárias. As exibições ocorrem de forma contínua, durante o horário de funcionamento do MIS. Confira abaixo a lista de participantes:
• Ana Ester, Sy Gomes, Rodrigo Alencar, Nayra Maria
• Arthur Jeiel, Elisa Gomes
• Bruna G Andrade
• Cai Prado
• Larissa Moraes
• Lukresya Nascimento
• Maria Magnólia
• Nico Rabelo
• Princesa
• Ravi Castro
• Thay Reis
Conversas Experimentais + Bailô no MIS: Dançar até o CIStema cair!
Na sexta-feira (20), o MIS realiza na sala imersiva (andar -2 do anexo) mais uma edição do “Bailô no MIS”, agora com o tema “Dançar até o CIStema cair”. Iniciando às 17h, o evento conta com a participação de Sy Gomes e Angel History misturando performance, música e processos criativos transcentrados em uma grande festa. A programação começa com um bate-papo, onde as convidadas conversarão sobre seus processos criativos, tendo a mediação de Aires, educadora do MIS e uma das curadoras do projeto, e Joaquim M. Ferreira, curador convidado. Na sequência, as artistas farão uma discotecagem que segue até 19h.
Sy Gomes é uma travesti negra nascida no Eusébio, mora em Fortaleza e tem feito arte por pelo menos 5 anos. Música, performance, instalação, criação ritualística, produção cultural e musical, design e paisagismo estão entre suas obras/pesquisas. Formada em História pela UFC.
Angel History é travesti multiartista da Barra do Ceará. Cantora, compositora e produtora musical, iniciou suas produções autorais em 2018. Vice campeã do Festival de Música da Juventude e em seu projeto atual, #ELAFAZTUDO, entrega ao público uma sonoridade pop eletrônica.
Aires é travesti com licenciatura em Teatro, é conselheira estadual de cultura-performance e vem trabalhando como artista visual, produtora cultural e curadora independente. Atualmente trabalha como arte educadora no MIS.
Joca M. Ferreira é negro, brasiliano, professor, escritor e roteirista. Graduado em Letras, em iniciou os estudos em audiovisual no CUCA na cidade de Fortaleza, onde foi monitor de Cultura Digital, em 2013. Participou da produção da 1ª edição do Programa Conexões Periféricas da TVC (2016) e direção de fotografia do curta Capuccino com Canela, de Déo Cardoso (2014). Roteirista da 9ª edição do Lab Cena 15 com o projeto Bença.
Roda de conversa: Fabulando o Futuro – Ocupação e poder da produção cultural e artística transcentrada no Ceará
No domingo (22), a partir das 17h, no auditório do MIS, acontecerá a roda de conversa “Fabulando o Futuro – Ocupação e poder da produção cultural e artística transcentrada no Ceará”, com Jô Costa e Jupyra Carvalho. A mediação é de Ana Paula Braga, educadora do MIS e uma das curadoras do projeto. A mesa tem como objetivo compreender a importância da presença e a atuação de profissionais trans, travestis e não binárias como agentes de produção cultural, artística e de mobilização social no Estado, analisando as conquistas, os desafios e as ausências cotidianas no ambiente de trabalho.
Melanie Jô Costa é uma mulher travesti preta de 27 anos, moradora do Grande Bom Jardim. Educadora social, militante do movimento negro e LGBTQIAPN+, coordenadora do coletivo Gueto Queen, produtora cultural do festival negruras. Atriz e performer, apresentadora/ mestra de cerimônias. Atualmente ocupa o cargo de supervisora na assessoria de políticas afirmativas e articulação comunitária do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
Jupyra Carvalho é travesti, formada em Teatro – Licenciatura pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Artista multilinguagem na cidade de Fortaleza, vem desempenhando atividades desde 2014 no teatro, dança, performance, circo e cinema.
Ana Paula Braga é travesti, preta, de fé afro-brasileira. Formada em Gastronomia, bacharel em Teologia, graduanda em História. Educadora vinculada à Coordenação de Educação e Formação do MIS.
Vem Vadiar no Museu: Roda de Capoeira com Mestre Urso Preto
O Museu da Imagem e do Som do Ceará recebe novamente em sua praça uma roda de capoeira conduzida por Mestre Urso Preto, do Centro Cultural de Capoeira: Raízes Brasileiras. Em janeiro, a programação “Vem Vadiar no Museu” acontece neste domingo (22), das 17h às 19h.
A capoeira é reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo IPHAN desde 2008, por meio das categorias ‘saber’ e ‘formas de expressão’, respectivamente se referindo ao ‘Ofício dos Mestres de Capoeira’ e à ‘Roda de Capoeira’, onde criam-se diálogos importantes entre corporeidades, historicidades e ancestralidades. Pensando no papel que os museus possuem de salvaguardar as memórias e patrimônios culturais, materiais e imateriais dentro da nossa sociedade, como uma ferramenta de mediação dessas atividades, o MIS acolhe e incentiva a manifestação da capoeira com uma roda aberta ao público, onde todos podem participar.
José Maria Pereira da Silva, que no mundo da capoeira é conhecido como Mestre Urso Preto, há vários anos trabalha realizando trabalho social com capoeira em alguns bairros de Fortaleza. Atualmente o grupo está situado na comunidade do Campo do América, na escola José Dias de Macedo, no bairro Meireles. O trabalho é realizado principalmente com crianças e adolescentes, onde um dos principais objetivos é transmitir através da capoeira, os valores da cultura e do esporte, tendo o respeito como principal base para todo o trabalho.
Exposições
O MIS segue com cinco exposições abertas de terça a domingo.
Coragem
A obra, em formato de projeção imersiva, é resultado do Ateliê Imersivo “Mestre é quem de repente aprende”, realizado pelo MIS em julho de 2022 e conduzido pelo artista multimídia Batman Zavareze e equipe. A exposição é o resultado deste processo de formação e criação colaborativa que reuniu 44 pessoas em 40h/aula de imersão intensa. Em cartaz na sala imersiva (andar -2 do anexo) em dias e horários específicos (ver no Serviço).
“Horizontes Desejantes”
A exposição reúne imagens de 26 artistas cearenses na forma de um caleidoscópio onde múltiplos pontos de vista se encontram, se confundem e se complementam para, a partir desse conjunto, refletirmos sobre questões como: desejo e alteridade; desejo e intimidade; desejo, corpo, rito e transcendência; desejo, distopia e utopia; desejo e paisagem; desejo e memória; desejo e existência. Com curadoria de Alexandre Sequeira e Iana Soares, a exposição foi montada a partir de convocatória realizada pelo Fotofestival Solar em 2022. Em cartaz na sala imersiva (andar -2 do anexo) em dias e horários específicos (ver no Serviço).
“Ontem choveu no futuro”
Instalação imersiva concebida pelo artista Batman Zavareze, com projeções que se expandem para todas as superfícies da sala (paredes e chão), mergulhando o público em imagens e sons que buscam explorar várias perspectivas do Ceará, fazendo um passeio por fotografias, arte generativa, arte abstrata etc. Em cartaz na sala imersiva (andar -2 do anexo) em dias e horários específicos (ver no Serviço).
“Leocácio Ferreira – Todos juntos, vamos…!”
Oferece um passeio pela obra deste fotógrafo que atuou no Ceará nas décadas de 1960-1970 e construiu sua própria câmera panorâmica. Leocácio registrou construções, eventos sociais, espaços urbanos, entre outros. A curadoria é de Rosely Nakagawa. A exposição fica no andar +2 do anexo e abre de terça a domingo (ver horários no Serviço).
“Laboratório dos Sentidos”
Exposição interativa que oferece vários equipamentos para os visitantes manipularem e experimentarem conceitos relacionados à imagem e ao som. A curadoria é de André Scarlazzari. Para esse espaço, é organizada uma fila de espera, onde entram 20 pessoas a cada 30 minutos. A exposição funciona no casarão do MIS e abre de terça a domingo (ver horários no Serviço).
SERVIÇO:
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30.
Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30.
Entrada: gratuita.
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL:
– Projeção de imagens com o tema “Como ocupar um lugar CIS?”
Data: 19 a 22/01
Horário: exibição contínua
Local: Praça do MIS
– Conversas Experimentais + Bailô no MIS: Dançar até o CIStema cair!
Data: 20/01
Horário: 17h às 19h
Local: Praça do MIS (podendo mudar para a sala imersiva em caso de chuva)
– Roda de conversa: Fabulando o Futuro – Ocupação e poder da produção cultural e artística transcentrada no Ceará
Data: 22/01
Horário: 17h
Local: Auditório do MIS
– Vem Vadiar no Museu: Roda de Capoeira com Mestre Urso Preto
Data: 22/01
Horário: 17h
Local: Praça do MIS
EXPOSIÇÕES:
– Ontem choveu no futuro
Local: sala imersiva (andar -2 do anexo)
Funcionamento:
Terça e quinta-feira: 11h às 15h40
Quarta e sexta-feira: 11h às 16h
Sábado: 14h às 17h40
Domingo: 14h às 18h
– Horizontes Desejantes
Local: sala imersiva (andar -2 do anexo)
Funcionamento:
Terça e quinta-feira: 10h às 11h / 15h40 às 18h
Sábado: 13h às 14h / 17h40 às 20h
– Coragem
Local: sala imersiva (andar -2 do anexo)
Funcionamento:
Quarta e sexta-feira: 10h às 11h / 16h às 18h
Domingo: 13h às 14h / 18h às 20h
– Leocácio Ferreira – Todos juntos, vamos…!
Local: anexo, andar +2
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h (acesso até 17h30).
Sexta a domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30).
– Laboratório dos Sentidos
Local: casarão do MIS
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h (acesso até 17h30).
Sexta a domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30).