O Museu da Imagem e do Som do Ceará promove ao longo do mês de setembro uma série de ações que marcam o mês da conscientização sobre a acessibilidade e o também o mês da pessoa surda. A programação prevê fala aberta sobre acessibilidade, oficinas, espetáculo de dança com performance em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e sessões especiais na sala imersiva voltadas para pessoas com autismo. As atividades também fazem parte da programação da 18ª Primavera dos Museus, ação anual coordenada pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) que em 2024 tem como tema “Museus, Acessibilidade e Inclusão”. Todas as atividades são gratuitas. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
Sessão adaptada na sala imersiva para pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (Parceria com a Associação Fortaleza Azul)
Durante os sábados do mês de setembro (7, 14, 21 e 28), o MIS promoverá na sala imersiva exibições adaptadas especialmente para o público neurodivergente, com foco em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essas sessões serão mediadas pela equipe de Formação e Educação do MIS em parceria com a Associação Fortaleza Azul. As sessões acontecem das 13h às 14h, quando serão exibidas as obras “Aves do Ceará” e “fragmento-KYMERA”. Estão sendo ofertadas 30 vagas e as pessoas interessadas devem se inscrever via Sympla neste link. Cada participante deve vir com um acompanhante. Durante a sessão, a sala passará por uma série de ajustes para tornar a experiência mais confortável e acessível para o público alvo, como redução do volume, ajuste na iluminação e no roteiro das obras que serão exibidas.
Feira da Fotografia: oficina e fala aberta
A Feira da Fotografia acontece no Museu da Imagem e do Som sempre no segundo domingo de cada mês. A próxima edição acontece neste domingo (08) e conta com a seguinte programação paralela:
Oficina: Fotografia Tátil, acessibilidade em exposições
A oficina de fotografia tátil, a ser ministrada pelo professor Roberto Vieira, visa tornar exposições mais inclusivas para pessoas com deficiência visual, combinando teoria e prática em um ambiente colaborativo. O programa começa com uma introdução aos conceitos de fotografia tátil e acessibilidade, abordando a importância da inclusão sensorial. Os participantes aprendem como desenvolver fotografias adaptadas, que permitem a exploração das imagens por meio do toque, enriquecendo a experiência sensorial das pessoas com deficiência visual.
Ao longo da atividade, são compartilhadas diversas técnicas de criação de imagens táteis, incluindo impressão 3D, corte a laser e aplicação de tintas em relevo. Essas técnicas são essenciais para tornar as imagens perceptíveis ao toque, utilizando texturas em relevo e contrastes de superfícies. A oficina é projetada para capacitar os participantes, oferecendo-lhes as ferramentas necessárias para criar suas próprias obras táteis e aplicar esses conhecimentos em contextos expositivos.
A atividade culmina no planejamento e produção de uma peça tátil, onde os participantes, de forma colaborativa, discutem e desenvolvem uma obra que sintetiza os conceitos e técnicas aprendidos. Esse processo não apenas fortalece a compreensão das práticas acessíveis, mas também promove a integração dos participantes na criação de exposições mais inclusivas e sensorialmente ricas.
A oficina acontece das 14h às 16h, na sala multiuso (andar -1 do Anexo). São ofertadas 15 vagas para pessoas acima de 16 anos. As inscrições devem ser feitas neste link.
Roberto Vieira possui graduação em Computação pela Universidade Federal do Ceará (2002), mestrado e doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Ceará (2007 e 2012). É professor efetivo do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e Design desde 2014. Desenvolve projetos de pesquisa e extensão com foco em Fabricação Digital, Design Computacional e inclusão.
Fala-Aberta: Ampla visão: A fotografia e a Experiência Monocular, com Rafaela Vasconcelos
Rafaela Vasconcelos falará de sua vivência com fotografia digital e analógica, sobre o processo de ter sofrido um acidente e se tornado cega do olho esquerdo, e como isso influenciou em sua fotografia. Será apresentado como estudo de caso o MONO, maior resultado de todo esse processo.
Falar abertamente sobre fotografia feita por artistas monoculares é essencial para valorizar a diversidade na prática fotográfica e desafiar conceitos tradicionais de visão e percepção. Ao incluir artistas com deficiência visual, a fotografia se torna mais inclusiva, mostrando que limitações físicas não impedem a criatividade, mas podem enriquecer a arte com novas perspectivas. Essa discussão também ajuda a desmistificar preconceitos, promovendo uma maior inclusão no mundo das artes visuais e destacando a importância da acessibilidade para uma sociedade mais justa e igualitária.
A fala aberta acontece das 16h30 às 17h30, na praça do MIS.
Rafaela Vasconcelos é uma mulher monocular, arquiteta e urbanista (graduação UNIFOR), designer gráfica (especialista pela Escola da Cidade) e pesquisadora em artes integradas, no projeto MONO. Profissionalmente tem atuado como arquiteta em projetos residenciais e comerciais, como diretora de arte, em expografias e na produção de instalações. Como designer gráfica tem foco na produção de identidades visuais e produtos gráficos para profissionais das artes. E, em conjunto com a experiência de ter se tornado PCD, tem pesquisado de que formas transpor essas vivências como mulher deficiente visual em artes integradas, atuando como artista, pesquisadora e produtora de acessibilidade pelo Projeto MONO (2021-atualmente) e diretora no Grupo de Estudos em Arte Contemporânea e Acessibilidade.
Performance Dança-Libras: “Felizes para Sempre”
“Felizes para Sempre” é uma proposta cênica de dança-integrada desenvolvida por Clarissa Costa e Jhon Morais, que de forma bem humorada, tecem um rico e efêmero drama inspirado nas questões relacionais do amor. Com referências do melodrama e do cinema mudo, a proposta é responder como ir do céu ao inferno em uma dança. Para tanto, passeiam por entre técnicas de danças de salão, gestos e vocabulários da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS.
Clarissa Costa e Jhon Morais, mesmo despontando de percursos diferenciados na dança, se afinam diariamente pesquisando modos de compor cena a partir de técnicas de danças de salão e outras inúmeras possibilidades de contato físico. E desde 2014 são estudantes de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), fazendo desta uma ferramenta de comunicação e criação em dança.
A apresentação acontece no dia 15 de setembro, às 17h, na praça do MIS.
18ª Primavera dos Museus: “Museus, Acessibilidade e Inclusão”
O MIS participa neste ano da 18ª Primavera dos Museus, ação anual coordenada pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) que acontece de 23 a 29 de setembro. Em 2024, o tema é “Museus, Acessibilidade e Inclusão”. O tema lança luz sobre o papel dos museus na promoção do acesso a todos os seus públicos, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas.
Durante o período, a programação do MIS prevê oficinas de fotografia para pessoas cegas no Instituto dos Cegos nos dias 25 e 26 ministradas pelo fotógrafo João Kúlcsar, oficinas de óculos 3D para pessoas surdas no Instituto Cearense de Educação dos Surdos no dia 27 e uma fala aberta sobre acessibilidade cultural na praça do MIS no dia 28.
SERVIÇO:
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Funcionamento:
Quarta e quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30.
Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30.
Entrada: gratuita.
Acompanhe a programação: @mis_ceara