O Museu da Imagem e do Som do Ceará seguirá com a Mostra Ocupa MIS em cartaz até 20 de setembro, com obras na sala imersiva, projeções sonoras na praça e projeções na fachada. Além disso, retorna nesta semana para a sala imersiva, em novo horário, a obra “Do Ponto ao Patrimônio”, de Diego Ricca. Já a programação da semana prevê falas abertas, feira da fotografia, oficinas e exibição especial adaptada para pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista na sala imersiva. Todas as atividades são gratuitas. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
Mostra Ocupa MIS prorrogada até 20 de setembro
O Museu da Imagem e do Som do Ceará prorrogou até 20 de setembro a Mostra Ocupa MIS 2023. O evento expõe ao público dez obras artísticas inéditas realizadas com recursos provenientes do Edital Ocupa MIS – Multilinguagem 2023, edital de fomento a projetos artísticos lançado pelo MIS ano passado. Cada proponente selecionado recebeu R$25 mil para a produção de uma obra digital. Foram selecionadas cinco propostas para a sala imersiva, três para projeção na fachada do Anexo e duas instalações sonoras para a praça.
– Obras para fachada do Anexo
Sexta a domingo: 18h às 19h30h
Lutas! Memórias da Terra Livre
Realização: Iago Barreto, Climério Anacé, Clara Kanindé, Débora Anacé, Yakecan Potyguara e Acauã Pitaguary (em memória)
A Maré Vai Subir
Realização: Coletivo MarÉHouse
Quando Céus e Pedras transformam tudo em lama
Realização: Pedra Silva e Céu Vasconcelos
– Instalações sonoras
Diariamente, durante o funcionamento do Museu
Califórnia
Realização: Rafaela Vasconcelos e Mariah Duarte
Manifesto do Sonho
Realização: Wellington Gadelha
– Obras na Sala Imersiva
Quarta e quinta: 14h às 18h
Sexta a domingo: 16h às 20h
Quimbandarias: Demandas contra-coloniais
Realização: Paolla Martins
RmX Diáspora
Realização: Uirá dos Reis
SYTYA
Realização: Trojany e Taís Koshino
Guia
Realização: Marissa Noana
Fortaleza Utopia Ancestral
Realização: Rafael Mourão e Nycolas Di
Obra “Do Ponto ao Patrimônio” retorna para a sala imersiva em novo horário
A obra audiovisual “Do ponto ao patrimônio” retorna esta semana para a sala imersiva do MIS em novo horário: às quartas e quintas, a obra estará em cartaz das 10h às 14h. Nas sextas e domingos, das 13h às 16h. E aos sábados, das 14h às 16h.
“Do ponto ao patrimônio” é uma obra imersiva do programa Cientista Chefe da Cultura, apoiado pela Funcap. É fruto de uma iniciativa inédita no Ceará, e também pioneira no Brasil, em que equipamentos culturais que compõem o patrimônio histórico do Estado são digitalizados em alta precisão e disponibilizados para visitação virtual na plataforma DocumentaCE.
Um dos resultados desse inovador processo de digitalização são as chamadas nuvens de pontos (point clouds) que registram objetos e edificações em alta resolução tridimensional. Na obra “Do ponto ao patrimônio” essas nuvens de pontos são usadas para criar um passeio reflexivo e poético sobre o patrimônio do Ceará, propondo uma análise crítica sobre o nosso papel em preservar e valorizar nossa memória. Com direção criativa do prof. Dr. Diego Ricca (UFC), a obra nos leva a explorar de forma virtual prédios como o Cineteatro São Luiz, o Museu da Imagem e do Som, o Edifício São Pedro (demolido recentemente), entre outros.
Trata-se de uma iniciativa que reúne a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult), a Funcap, através do Cientista Chefe, e pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e de outras instituições.
Oficina de Introdução ao NFT, com Taís Koshino
O MIS promove de quarta a sexta (4 a 6), das 15h às 18h, a Oficina de Introdução ao NFT, com a artista Taís Koshino. O curso tem como objetivo proporcionar aos participantes uma compreensão sólida e prática sobre o universo dos NFTs, com foco no seu uso na arte. Ao longo de três encontros, serão construídos diálogos sobre blockchain, NFTs e as práticas artísticas associadas. Estão sendo ofertadas 15 vagas para pessoas acima de 16 anos. As inscrições acontecem no Sympla neste link.
A primeira aula é de cunho mais expositivo e será apresentada a história e o funcionamento da blockchain, o conceito de NFT e suas funcionalidades. O segundo encontro será dedicado a como artistas vem usando essa tecnologia, serão apresentadas obras de arte, estéticas e as principais plataformas de compra e venda de NFTs. Por fim, a terceira aula será prática na qual os alunos irão aprender como criar (mintar) seu NFT.
Os exercícios incluirão discussões em grupo, análises críticas desse universo e de obras de arte. As atividades práticas serão de criação de uma obra digital e de um NFT. Ao final do curso, os participantes deverão estar aptos a compreender o impacto e o potencial dos NFTs no mundo da arte, bem como a começar sua jornada como criadores no mercado digital.
Taís Koshino (1992) nasceu em Brasília, é nipo-brasileira e artista visual, bacharela em Comunicação Social com habilitação em Audiovisual (2015) e mestra em Artes Visuais (2022) pela Universidade de Brasília. Sua investigação poética encontra-se no espaço-entre, na fronteira, como possibilidade de dissolução da binariedade e percepção da impermanência. A artista apresenta esse espaço em desenho, pintura, vídeo, instalações digitais e físicas. Participou de exposições, mostras, publicações e feiras em diversas cidades do Brasil, na Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Japão e Portugal. Dentre as quais destacam-se a participação na Bienal de Arte Digital (Oi Futuro, 2022) e na Art Basel Miami 2021 e 2022. Participou de residências no Brasil (2024 e 2022), Canadá (2023) e Japão (2019).
Fala aberta: “Retomar os arquivos, retomar a terra”. Com André Brasil e mediação de Beatriz Furtado
Na sexta-feira (06), das 18h30 às 19h30, acontece na praça do MIS a fala aberta “Retomar os arquivos, retomar a terra”, com o professor André Brasil. A mediação é da professora Beatriz Furtado.
Partindo de uma crítica aos arquivos, tomados como tecnologias imperiais e coloniais (Ariella Aïsha Azoulay, Saidiya Hartman e Achilles Mbembe), André Brasil pretende trabalhar exemplos de retomada de objetos, documentos e imagens em experiências audiovisuais e artísticas indígenas contemporâneas. Nelas, interessa, em primeiro lugar, a questão do tempo: se os arquivos operam por confinar as experiências que guardam em um passado histórico, sua retomada permite pensar outras formas temporais, nas quais este passado é contemporâneo ao presente, intervindo em seu curso para transformá-lo. Assim, o pesquisador sugere como cada experiência artística e audiovisual remonta e recria o tempo dos arquivos, para recusar sua separação do presente. Que essa retomada dos arquivos em filmes, ensaios visuais, instalações e intervenções artísticas esteja ligada a processos de retomada de terras ancestrais é algo que indica a dimensão política dessas experiências, em sua ligação com o tempo.
André Brasil é professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais e integra o corpo permanente do Programa de Pós-Graduação. Pesquisador do CNPq, participa do Grupo Poéticas da Experiência (CNPq/UFMG) e foi coeditor da revista Devires – Cinema e Humanidades, de 2012 a 2020. Compõe o grupo de docentes da Formação Transversal em Saberes Tradicionais na UFMG.
Beatriz Furtado é professora do Instituto de Cultura e Artes, da Universidade Federal do Ceará. Tem pós-doutorado em Práticas Artísticas e Curatoriais, na Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa, em “Cinema e Arte Contemporânea”, na Université Paris III, em Sorbonne-Nouvelle. É doutora em Sociologia (UFC) e estágio doutoral em Filosofia (Universidade de Lisboa). É mestre em Comunicação (Universidade Autônoma de Barcelona). É da coordenação do LEAA-Laboratório de Estudos e Experimentação em Artes e Audiovisual, desde 2006. É autora dos livros “Imagens Eletrônicas e Paisagem Urbana” (Relume-Dumará), “Cidade Anônima” (Hedra) e ” Imagens que Resistem” (Intermeios).
Sessão adaptada na sala imersiva para pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (Parceria com a Associação Fortaleza Azul)
Durante os sábados do mês de setembro (7, 14, 21 e 28), o MIS promoverá na sala imersiva exibições adaptadas especialmente para o público neurodivergente, com foco em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essas sessões serão mediadas pela equipe de Formação e Educação do MIS em parceria com a Associação Fortaleza Azul. As sessões acontecem das 13h às 14h, quando serão exibidas as obras “Aves do Ceará” e “fragmento-KYMERA”. Estão sendo ofertadas 30 vagas e as pessoas interessadas devem se inscrever via Sympla neste link. Cada participante deve vir com um acompanhante. Durante a sessão, a sala passará por uma série de ajustes para tornar a experiência mais confortável e acessível para o público alvo, como redução do volume, ajuste na iluminação e no roteiro das obras que serão exibidas.
Feira da Fotografia + oficina + fala aberta
A Feira da Fotografia acontece no Museu da Imagem e do Som sempre no segundo domingo de cada mês. Criada em 2012 pelo fotógrafo Chico Gomes, a Feira da Fotografia passou a ser realizada no MIS em 2022. O evento é um espaço para difusão da fotografia, comercialização de equipamentos fotográficos novos e antigos, fotos, livros relacionados às artes visuais e outros itens relacionados. A iniciativa inclui ainda outras atividades, como oficinas e palestras, projetadas para atender tanto aos fotógrafos profissionais quanto aos entusiastas da fotografia, criando oportunidades e estimulando o intercâmbio cultural.
A próxima edição da Feira da Fotografia acontece neste domingo (08), das 15h às 19h, na praça do MIS, e conta com a seguinte programação paralela:
Oficina: Fotografia Tátil, acessibilidade em exposições
A oficina de fotografia tátil, a ser ministrada pelo professor Roberto Vieira, visa tornar exposições mais inclusivas para pessoas com deficiência visual, combinando teoria e prática em um ambiente colaborativo. O programa começa com uma introdução aos conceitos de fotografia tátil e acessibilidade, abordando a importância da inclusão sensorial. Os participantes aprendem como desenvolver fotografias adaptadas, que permitem a exploração das imagens por meio do toque, enriquecendo a experiência sensorial das pessoas com deficiência visual.
Ao longo da atividade, são compartilhadas diversas técnicas de criação de imagens táteis, incluindo impressão 3D, corte a laser e aplicação de tintas em relevo. Essas técnicas são essenciais para tornar as imagens perceptíveis ao toque, utilizando texturas em relevo e contrastes de superfícies. A oficina é projetada para capacitar os participantes, oferecendo-lhes as ferramentas necessárias para criar suas próprias obras táteis e aplicar esses conhecimentos em contextos expositivos.
A atividade culmina no planejamento e produção de uma peça tátil, onde os participantes, de forma colaborativa, discutem e desenvolvem uma obra que sintetiza os conceitos e técnicas aprendidos. Esse processo não apenas fortalece a compreensão das práticas acessíveis, mas também promove a integração dos participantes na criação de exposições mais inclusivas e sensorialmente ricas.
A oficina acontece das 14h às 16h, na sala multiuso (andar -1 do Anexo). São ofertadas 15 vagas para pessoas acima de 16 anos. As inscrições devem ser feitas neste link.
Roberto Vieira possui graduação em Computação pela Universidade Federal do Ceará (2002), mestrado e doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Ceará (2007 e 2012). É professor efetivo do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e Design desde 2014. Desenvolve projetos de pesquisa e extensão com foco em Fabricação Digital, Design Computacional e inclusão.
Fala-Aberta: Ampla visão: A fotografia e a Experiência Monocular, com Rafaela Vasconcelos
Rafaela Vasconcelos falará de sua vivência com fotografia digital e analógica, sobre o processo de ter sofrido um acidente e se tornado-se cega do olho esquerdo, e como isso influenciou em sua fotografia. Será apresentado como estudo de caso o MONO, maior resultado de todo esse processo.
Falar abertamente sobre fotografia feita por artistas monoculares é essencial para valorizar a diversidade na prática fotográfica e desafiar conceitos tradicionais de visão e percepção. Ao incluir artistas com deficiência visual, a fotografia se torna mais inclusiva, mostrando que limitações físicas não impedem a criatividade, mas podem enriquecer a arte com novas perspectivas. Essa discussão também ajuda a desmistificar preconceitos, promovendo uma maior inclusão no mundo das artes visuais e destacando a importância da acessibilidade para uma sociedade mais justa e igualitária.
A fala aberta acontece das 16h30 às 17h30, na praça do MIS.
Rafaela Vasconcelos é uma mulher monocular, arquiteta e urbanista (graduação UNIFOR), designer gráfica (especialista pela Escola da Cidade) e pesquisadora em artes integradas, no projeto MONO. Profissionalmente tem atuado como arquiteta em projetos residenciais e comerciais, como diretora de arte, em expografias e na produção de instalações. Como designer gráfica tem foco na produção de identidades visuais e produtos gráficos para profissionais das artes. E, em conjunto com a experiência de ter se tornado PCD, tem pesquisado de que formas transpor essas vivências como mulher deficiente visual em artes integradas, atuando como artista, pesquisadora e produtora de acessibilidade pelo Projeto MONO (2021-atualmente) e diretora no Grupo de Estudos em Arte Contemporânea e Acessibilidade.
SERVIÇO:
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO CEARÁ
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Funcionamento:
Quarta e quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30.
Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30.
Entrada: gratuita.