O Museu da Imagem e do Som Chico Albuquerque realiza neste mês a programação especial Abril Indígena, que marca o Dia dos Povos Indígenas, celebrado dia 19. Ao longo de duas semanas (15 a 30 de abril), o MIS terá exposições temáticas com realização de um Toré por Indígenas Jenipapo Kanindé, exibições de filme e um curso sobre inventários participativos. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
Abril Indígena no MIS
O mês de abril é especialmente significativo no Brasil, pois marca a luta contínua dos povos indígenas para proteger seus direitos e sua cultura ancestral. Reconhecendo a importância dos povos indígenas para a preservação da diversidade cultural e ambiental do planeta, o Museu da Imagem e do Som do Ceará irá promover uma programação especial destinada a refletir sobre a questão indígena na contemporaneidade. As atividades objetivam colaborar na desconstrução de imagens estereotipadas e discriminatórias relacionadas aos povos indígenas, promover a valorização da pluralidade étnica e cultural dos povos originários, amplificar a visibilidade de suas lutas e ressaltar a colaboração destes povos na formação sociocultural do povo cearense. Confira abaixo a programação.
Videoinstalação imersiva ENCANTORÉ – 15 a 30 de abril
Ritual de Abertura com grupo de toré do povo Jenipapo-Kanindé
No dia 15, estreia na sala imersiva do MIS (andar -2 do Anexo) a obra “ENCANTORÉ”, de Henrique Dídimo. O projeto é uma videoinstalação imersiva, que coloca o público dentro de uma roda de Toré, dança indígena tradicional do nordeste brasileiro. Através desse “cinema ampliado”, o público é deslocado para a intimidade do ritual, tornando-se participante de um ato de encantaria. Como ritual de abertura da exposição no sábado, o grupo de toré do povo Jenipapo-Kanindé estará presente na sala imersiva, às 17h, fazendo o ritual ao vivo, em diálogo com a exibição audiovisual. A Cacique Pequena conduzirá o toré, realizando um momento de introspecção. O público presente também será convidado a dançar junto na roda e poderá participar do ritual.
O projeto “ENCANTORÉ” foi selecionado pelo edital OCUPA MIS 2022, que teve como objetivo fomentar projetos colaborativos, integrados e criativos no campo da cultura, arte, tecnologia, economia e desenvolvimento. A obra é uma homenagem aos povos indígenas do Ceará, especialmente ao povo Jenipapo-Kanindé, na pessoa da Cacique Pequena. O trabalho foi feito de forma colaborativa, incluindo lideranças da Aldeia da Lagoa da Encantada e integrantes da Escola de Cinema Indígena Jenipapo-Kanindé na execução do projeto. O projeto busca criar uma zona de convergência entre o tradicional e o contemporâneo. Não apenas no conteúdo do trabalho, como na linguagem e na estratégia de abordagem do tema. Dessa forma, recursos tecnológicos e conceituais do audiovisual e da arte contemporânea são utilizados para ampliar a experiência ancestral do toré e da encantaria.
Instalação sonora ILUSÃO-CONTRA-ILUSÃO – 15 a 30 de abril
Também ficará em cartaz de 15 a 30 de abril a instalação sonora “Ilusão-contra-ilusão”, de Fábio Jenipapo, Íron Cavalcante e Júlio Lira. Localizada no hall do andar -2 do Anexo, a obra oferece três sonoridades preparadas e oferecidas para provocar ilusões sonoras “topográficas”. Em “A ilusão do Jaguar”, o foco sonoro está em uma onça que anda rugindo em torno do ouvinte. Quando há uma pausa no rugido, o foco sonoro dá atenção a ruídos de passos em folhagens secas. Uma paisagem sonora com ventos nas árvores e capins faz o pano de fundo. “A ilusão das crianças” faz imaginar que o ouvinte está no centro de uma roda de cantigas infantis. “A ilusão da pajelança” põe em cena cantos e dança de indígenas Jenipapo-Kanindé. Os sons foram gravados na aldeia indígena jenipapo kanindé.
“Ilusão-contra-ilusão” é uma vivência que se propõe a criar pontos de conexão, abrir um terreiro de uso comum, entre a realidade dos visitantes do MIS e a realidade invisível do povo Jenipapo-Kanindé e de diversas comunidades ancestrais que ainda mantém uma relação com outras espécies, ancestralidades e espiritualidades. O trabalho foi selecionado pelo edital OCUPA MIS 2022.
Cine MIS: SUAÇUAMUSSARÁ – 16 e 23 de abril
Nos dias 16 e 23 de abril, o MIS exibe o documentário “Suaçuamussará” (2015), de Henrique Dídimo. As exibições ocorrerão na Praça do MIS, sempre às 18h. A classificação indicativa é livre.
Com duração de 86 minutos, o filme retrata duas lideranças do povo Tremembé, o Cacique João Venança e o Pajé Luís Caboco, que partem em busca de seus “parentes”, os povos indígenas do Ceará, refazendo uma trajetória percorrida anos atrás. Um caminho cheio de encontros, aprendizagens e trocas, entre o litoral, as serras e o sertão. Em cada comunidade, um lugar encantado, um ritual, uma dança, uma bebida sagrada. E muitas histórias: sobre a relação com a natureza, os costumes, a luta pela terra, a educação diferenciada, a alimentação, a religiosidade. Histórias que revelam nossas origens, nossos ancestrais, nossa herança nativa.
Curso “Inventários participativos e processos de musealização em comunidades étnicas no Ceará” – 25, 26 e 27 de abril
Ministrado por João Paulo Vieira, coordenador de Acervo e Pesquisa do MIS, o curso tem como objetivo apresentar uma perspectiva museal que estimule o desenvolvimento de processos de inventários participativos (seleção, identificação, registro, difusão e etc.) de referências culturais. Os inventários servem como ferramentas de salvaguarda e inclusão dos valores e sentidos atribuídos pela população local aos seus processos de patrimonialização. O curso é voltado para pesquisadores, educadores, grupos, comunidades, povos e movimentos sociais, que podem desenvolver inventários em seus territórios. A formação buscará ainda apresentar experiências e compartilhar metodologias colaborativas de musealização em comunidades étnicas no Ceará. O curso acontecerá nos dias 25, 26 e 27 de abril, das 14h30 às 17h30, no auditório do casarão do MIS. As inscrições são gratuitas e serão abertas em breve, por meio de um formulário que ficará disponível no site e no perfil do Instagram do MIS.
SERVIÇO:
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM CHICO ALBUQUERQUE
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30.
Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30.
Entrada: gratuita.
PROGRAMAÇÃO ABRIL INDÍGENA
– Abertura da videoinstalação imersiva “ENCANTORÉ”, de Henrique Dídimo
Ritual de Abertura com grupo de toré do povo Jenipapo-Kanindé, conduzido por Cacique Pequena
Data: 15 de abril
Local: sala imersiva (andar -2 do Anexo)
Horário:17h
– Videoinstalação imersiva “ENCANTORÉ”, de Henrique Dídimo
Data: 15 a 30 de abril
Local: sala imersiva (andar -2 do Anexo)
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h (acesso até 17h30).
Sexta a domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30).
A exibição ocorre ao longo de todo o dia, alternando horários com outras exposições do MIS.
– Instalação sonora “Ilusão-contra-ilusão”, de Fábio Jenipapo, Íron Cavalcante e Júlio Lira
Data: 15 a 30 de abril
Local: hall do andar -2 do Anexo)
Funcionamento:
Terça a quinta: 10h às 18h (acesso até 17h30).
Sexta a domingo: 13h às 20h (acesso até 19h30).
– Cine MIS: exibição de “Suaçuamussará” (2015), de Henrique Dídimo
Data: 16 e 23 de abril
Local: Praça do MIS
Horário:18h
Gênero: documentário
Duração: 86 min.
Classificação indicativa: livre.
– Curso “Inventários participativos e processos de musealização em comunidades étnicas no Ceará”, com João Paulo Vieira
Data: 25, 26 e 27 de abril
Local: auditório do casarão do MIS
Horário: 14h30 às 17h30
Inscrições: serão abertas em breve, por meio de um formulário que ficará disponível no site e no perfil do Instagram do MIS.