Sob tema “Que museu desejamos realizar?”, a Pinacoteca do Ceará reuniu esta semana na Sala Imersiva do Museu da Imagem do Som do Ceará (MIS-CE), pessoas da sociedade, em sua maioria do campo da arte e da cultura, para uma discussão coletiva sobre a implementação e identidade do novo equipamento do Estado. Na sala, convidados e público ficaram imersos nas imagens das obras do acervo do Estado do Ceará, exibidas em suas paredes com projeções do artista visual Valentino Cabanillas Kmentt. Não raro, ouvia-se que a beleza do ambiente aumentava a expectativa pela abertura do equipamento, prevista para dezembro.
Com a imagem da Pinacoteca como pano de fundo , nomes importantes do cenário nacional no campo das artes visuais dividiram suas experiências profissionais e discutiram sobre o ideal de museu: Jochen Volz, curador, historiador da arte e diretor geral da Pinacoteca de São Paulo; Sandra Benites – pesquisadora e ativista Guarani, antropóloga, curadora independente de arte e educadora; Samantha Moreira, coordenadora do JA.CA, uma organização da sociedade civil que realiza e fomenta pesquisas, projetos e experimentações no campo das artes e Gleyce Heitor, educadora, pesquisadora e museóloga, atual diretora de Educação e Pesquisa no Instituto Francisco Brennand e consultora do Plano Museológico da Pinacoteca do Ceará.
No início do evento, falaram a presidente do Instituto Mirante Lara Vieira, que destacou a magnitude do projeto e a sua importância histórica; a coordenadora de Patrimônio Cultural e Memória (Copam /Secult-Ceará), Jéssica Ohara, reafirmou que a Pinacoteca é um equipamento público e essa característica é deverá ser trabalhada pelo equipamento e a secretaria; a ex-secretária executiva da Secult Ceará e que, atualmente, representa o setor da cultura na equipe de transição do governador eleito Elmano de Freitas, Luisa Cela, falou sobre o processo político e da história para a implantação e do empenho da Secult Ceará na ampliação da rede de equipamentos; e o diretor do equipamento, Rian Fontenele, que apresentou o projeto da Pinacoteca do Ceará. Rian, quebrando o protocolo, antes chamou para falar o artista visual Tiago Santana, que foi um dos articuladores e incentivadores desse momento histórico e político que culminou na construção do Mis-Ce e Pinacoteca do Ceará.
Em participação online, o secretário da Cultura Fabiano Piúba fez um apanhado das políticas culturais no Ceará durante sua gestão e comentou a fala dos convidados.
Cerca de 150 pessoas acompanharam o evento no MIS-CE, tendo sido necessária a abertura do auditório da Instituição para transmissão ao vivo em telão após a lotação da capacidade máxima da sala imersiva, onde se deu a conversa. Outras 50 pessoas acompanharam exclusivamente online, através da transmissão ao vivo realizada no canal da Pinacoteca do Ceará no Youtube, que estreou para a ocasião e onde a conversa se encontra disponível na íntegra. O conteúdo completo do encontro está disponível para acesso em https://www.youtube.com/@pinacotecadoceara.
Na transmissão ao vivo e no encontro presencial, a Pinacoteca reforçou seu compromisso com a acessibilidade cultural, contando com interpretação em Libras e audiodescrição.
SOBRE A PINACOTECA DO CEARÁ:
Museu público que vem atender a uma demanda de cerca de 80 anos no campo das artes visuais do Estado, a Pinacoteca do Ceará faz parte da Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Ceará (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerida em parceria com o Instituto Mirante, após investimento do Governo do Estado do Ceará.
O equipamento está localizado nos antigos galpões da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) com uma estrutura especializada para salvaguardar o acervo do Estado do Ceará. O equipamento, sediado em um prédio datado de 1880, tombado pelo estado em 2004 e reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ceará (Iphan-CE), teve as instalações totalmente construídas, mas manteve a estrutura histórica preservada. As obras civis estão terminadas, restando agora os arremates e acabamentos, além da instalação dos equipamentos de infraestrutura e mobiliário.